Políticas de saúde, dos agentes internacionais aos implementadores locais: estratégias de imunização na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe

As políticas de saúde de agentes internacionais nos países em desenvolvimento desempenham um papel crucial na implementação de estratégias de imunização. Nos países de baixa renda, a presença da UNICEF e da GAVI tem permitido atingir elevadas taxas de vacinação e reduzir drasticamente a mortalidade infantil. Contudo, levantam-se problemas diversos à introdução de planos de vacinação universal. Em primeiro lugar, a garantia de financiamento continuado e de estratégias de apropriação. Depois, as estratégias de divulgação e acesso às populações. Finalmente, a aceitação pela população-alvo da bondade do processo. Esta comunicação analisa estes três níveis de implementação em dois países em desenvolvimento com realidades muito diferenciadas, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Levanta a questão da estratégias nacionais de aceitação dos planos de imunização e de aproximação às populações, e a sua integração em planos nacionais e internacionais. Em particular, debruça-se sobre as diferenças baseadas no género no acesso à vacinação. Baseia-se num estudo de terreno realizado em ambos os países em 2024, incluindo um inquérito alargado, grupos focais e entrevistas a atores-chave.