A educação em Angola: narrativas sobre a cooperação com Cuba no pós-independência

Gilson Lázaro

A presente proposta de comunicação tem como objetivo principal explorar as narrativas sobre cooperação entre Angola e Cuba a partir de depoimentos, registos em manuais escolares, património arquitetónico que incluí escolas e residências, assim como documentos. A comunicação visa também discutir o contexto a partir do qual essa relação entre Angola e Cuba foi possível.
A formação do “novo angolano” no período pós-colonial de se deveu ao processo educativo, ou seja, à produção e reprodução da ideologia socialista adotada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola, partido que proclamou a independência e que suporta o governo desde 1975. A orientação educacional do Estado angolano pós-independência foi durante a segunda metade da década de 1970 e das duas décadas seguintes (1980 e 1990) apoiada por professores e técnicos cubanos, assim como a formação dos primeiros 800 estudantes angolanos enviados para Cuba, a produção dos conteúdos dos manuais escolares para a formação primária, secundária e profissional, e a construção de unidades escolares réplicas da Ilha da Juventude.
Angola guarda uma memória intensa sobre a cooperação com Cuba que continua presente até aos dias de hoje. O propósito desta comunicação é trazer ao de cima essas narrativas diversas que marcaram e ainda marcam uma relação do Sul-Sul, analisando as implicações atuais e as possibilidades de pensar o futuro.