ALFABETIZAÇÃO E MULTILETRAMENTOS DE ESTUDANTES VENEZUELANOS: O BILINGUISMO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO DISTRITO FEDERAL

Furriel Weruska

O estudo contempla trabalho desenvolvido em escolas públicas da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal com estudantes venezuelanos migrantes e refugiados. O trabalho traz percepções, reflexões e, quiçá, contribuições para o ensino Português Brasileiro para esse público. O referencial teórico utilizado contempla a questão do bilinguismo nas escolas brasileiras e os multiletramentos, correlacionando-os a pressupostos do pensamento decolonial. O objetivo é conhecer as necessidades, os desafios e as estratégias pedagógicas utilizadas pelos professores para o atendimento a esses educandos. Para o levantamento de dados, aplicamos questionário eletrônico a professores alfabetizadores, de língua portuguesa e de língua espanhola. Os dados parciais indicaram que a convivência com crianças e jovens migrantes proporciona à comunidade escolar o contato com diferentes línguas, costumes e culturas. Em relação aos desafios, os professores apontaram que a maioria dos estudantes imigrantes e refugiados apresentam dificuldade na interação com professores e colegas de classe, na compreensão dos conteúdos trabalhados e na realização de atividades e avaliações. Com base nas informações levantadas, desenvolvemos atividades pedagógicas de língua portuguesa para estudantes imigrantes e refugiados com ênfase nos multiletramentos e em diálogo com a perspectiva decolonial. O objetivo é contribuir para a aprendizagem significativa que considera a diversidade linguística e o respeito, proporcionando a esses sujeitos a inserção e a participação efetiva e crítica na sociedade brasileira. As referências básicas para este estudo, entre outras, são Rojo (2009, 2015), Soares (2009), Walsh (2019) e Weinreich (1970).