ORALIDADES E ESCRITAS DO CRIOULO CABO-VERDIANO

Ulisdete Rodrigues

Esta comunicação contempla um projeto conjunto de pesquisadoras da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), vinculadas ao Grupo de Pesquisa ALEA, que tem como objetivo precípuo trabalhar a variação linguística nas ilhas, visando focalizar as oralidades e as escritas do Crioulo Cabo-Verdiano em todo o Arquipélago e sua relação com a Língua Portuguesa. O projeto nasce da constatação de que a luta pela oficialização e padronização do Crioulo passa por ações concretas que incidam no entendimento e na conscientização dos falantes na escola, na universidade, nas mídias sociais e na sociedade, em diferentes níveis de letramento escolar e social, sobre a realidade da sua língua materna: sua história, sua riqueza, sua dinamicidade tanto na oralidade como na escrita que já é manipulada pela população na vida diária e nas mídias. As perspectivas teóricas estão na Crioulística, na Linguística do Contato, na Sociolinguística em interface com a Linguística Textual e a Linguística Aplicada. O trabalho estará embasado em gêneros textuais e digitais, escrita e reescrita textual, como Marcuschi (2004), Koch (2011), Semedo; Moreira (2023), Rodrigues et al (2024). O público-alvo serão alunos do ensino médio e da graduação, grupos sociais nas ilhas e na diáspora, visando ações como cursos e simpósios on-line. A unidade na variedade preconizada pela escrita poderá resguardar o crioulo, seu ensino e sua preservação como língua aparentada, mas distinta do Português. E esse movimento pela visibilidade e autonomia escrita do crioulo é altamente decolonial, justificando a inserção deste projeto neste painel.