O trabalho investiga a “poesia Slam” como prática pedagógica na Educação de Jovens e Adultos (EJA), com vistas à educação libertadora, pensada por Paulo Freire. A poesia Slam é uma competição de poesia oral e performática que, no Brasil, ocupa as periferias e aborda temas sociais e políticos, de forma a denunciar o sistema dominante. Considerando o contexto social em que atua e suas características críticas e dialógicas, possui potencial para contribuir com uma educação problematizadora, que busca a autonomia, a consciência social e o empoderamento dos educandos, princípios defendidos pelo educador Paulo Freire. Sendo assim, o objetivo geral do estudo é evidenciar as contribuições que a poesia Slam apresenta à educação libertadora freiriana, a fim de estabelecer relações e possibilidades na prática da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O referencial teórico contempla uma discussão sobre a poesia Slam em relação aos conceitos de cultura, representação, linguagem, identidade, interseccionalidade, oralidade e performance; a importância da literatura, leitura e escrita no contexto escolar; a educação libertadora e o método freiriano de alfabetização de adultos; e o contexto da EJA. Como resultado, apresenta-se o relato da prática realizada em uma turma de alfabetização da EJA, que contou com a efetiva participação dos estudantes, que se conduziram como protagonistas do processo, construindo e compartilhando conhecimentos por meio roteiro de leitura, finalizado com as produções de poemas. A aplicação do estudo comprovou as potentes possibilidades que a poesia slam pode contribuir na escola, especialmente na EJA. Assim, um processo educativo emancipador deve integrar essas vozes e experiências, promovendo uma pedagogia dialógica e inclusiva, que não apenas informa, mas também transforma. A Poesia Slam, ao dar visibilidade às narrativas invisibilizadas, tem o potencial de ser um meio de empoderamento e emancipação, essencial para enfrentar os desafios globais e locais das comunidades vulneráveis.
POR UMA PRÁTICA LIBERTADORA NA EDUCAÇÃO: POESIA “SLAM” COMO POTÊNCIA E RESISTÊNCIA
FERNANDA RODRIGUES DA SILVA