Esta comunicação objetiva apresentar as relações vivenciadas pelos jongueiros do Vale do Paraíba paulista com os santos padroeiros, especialmente São Benedito e com os seus antepassados no período do Pós-Abolição. São Benedito e seus ancestres eram aclamados e saravados na linha da Kalunga, no Santo Cruzeiro e nas festividades do 13 de maio. Nesse mesmo sentido, outros pontos vitais dessa comunicação, encruzilhados com os percursos históricos e cosmológicos dos jongueiros, são: como foram as pesquisas e registros das rodas de Jongo efetuadas pelas pesquisas folcloristas? Essas pesquisas permitem a reconstituição da historicidade dos trajetos de homens e mulheres negras que vivenciaram as sociabilidades dos Jongos nas cidades do Vale do Paraíba Paulista na primeira metade do século XX? O que se aprende sobre tais sujeitos e trajetórias históricas vinculadas às problemáticas do Pós-Abolição e seus valores? Revelaria, portanto, formas específicas de matrizes centro Africanas para viver e perceber o mundo? Estes são os pontos lançados que conduzirão as inquietações dessa comunicação, visando, se não os desatar em sua totalidade, seguir as pistas, enigmas e mistérios das artes da ngoma.
A Diáspora Negra nos Estudos Folcloristas: Jongueiros no Vale do Paraíba Paulista no Pós Abolição
Marcelo Vitale Teodoro da Silva Marcelo Vitale