Esta comunicação tem o objetivo de revisitar algumas produções pós-coloniais que se dedicaram a investigação da criação do Complexo de Próspero por Octave Mannoni em sua obra Psychologie de la Colonisation. A abordagem considerará que o referido complexo se inspirou na peça A Tempestade de William Shakespeare e tomará por princípio a investigação realizada por Frantz Fanon no livro Pele Negra. Máscaras Brancas. Para tal, será estabelecida uma síntese da metáfora constituída por Mannoni para os personagens Próspero e Caliban, representantes do encontro entre o colonizador e o colonizado, respectivamente. Por conseguinte, ainda sob o viés de Mannoni, o referido encontro será cotejado com a perspectiva dos autores pós-coloniais propostos a fim de redimensionar os olhares sobre uma outra personagem, Sicorax. Por fim, a fonte de poder em disputa entre colonizador e colonizado será avaliada por meio de um último personagem, Ariel. Este último intuito visa considerar o legado e a atualidade da luta decolonial afrodiaspórica.
Cem anos do nascimento de Frantz Fanon: a atualidade de uma perspectiva afrodiaspórica e decolonial.
Antonio Carlos Silva