I Semana Internacional de Humanidades da UNILAB: espaço decolonial da exercício das africanidades na Redenção (Ceará-Brasil)

Jhon Alfredo Pazmiño Huapaya

Em 2010 o governo federal do Brasil pressionado pelo movimento social negro cria a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, na primeira cidade do país que libertou as pessoas escravizadas, Redenção (Ceará-Brasil).Isto seria um exercício de reparação histórica ¿do ocidente? pelo tráfico de seres humanos negros no Atlântico (Paul Gilroy, 2001).
¿O Brasil é ocidente? certamente não, mas é um espaço produtor de conhecimentos, de facto, posiciona-se como uma periferia muito importante do sul (BRICS) em vários assuntos (indústria, economia, cultura, etc.) e até como um centro, ultrapassando a sua antiga metrópole (Lisboa), na geração de epistemologias em geral e contracoloniais em particular (Ribeiro, Lins, etc.).
A UNILAB é um espaço de geração de conhecimento afrodiaspórico, com uma grande aceitação de discursos descoloniais. Desde a sua fundação, tem se destacado das demais universidades federais, estabelecendo-se como aquela que pode não apenas aparecer, senão ter uma alta valorização dos discursos diaspóricos. A I Semana Internacional de Humanidades da UNILAB decorreu de 26 a 30 de agosto 2024, o Instituto de Humanidades, dirigido pelo primeira doutora transexual do Brasil, Luma Nogueira de Andrade, quem foi a que organizou o evento onde estudantes africanos, quilombolas, indígenas, ciganos, povos de terreiros de matriz africana, e LGTBIQAPN+ trabalharam envolvidos na integração com 742 inscrições em comunicações orais (133: Internacional – 62 e Nacional – 71), apresentações culturais (13: Internacional – 4 e Nacional – 9), minicursos (16: Internacional – 5 e Nacional – 11) e lançamento de livros (10: Internacional – 2 e Nacional – 8). Os resultados desta comunicação e mostrar a integração a partir da horizontalidade na geração de conhecimento africano diaspórico. Esta comunicação pretende partilhar a integração de diferentes singularidades diaspóricas africanas num território com elevada população negra, refletindo sobre estratégias contracoloniais, musicalidade e espaços de resiliência universitária.