A Vila de Porto Seguro, localizada na Provincia da Bahia, no Brasil Oitocentista possuía um trânsito de diversas pessoas de origens distintas, dentre elas homens e mulheres indígenas, portuguesas e africanos. A economia de Porto Seguro não estava envolvida em grandes comércios, e poucas pessoas possuíam grandes fortunas. Ainda assim é possível ver a presença de alguns africanos escravizados e libertos. Pessoas que conseguiram ter a experiência de atravessar o Atlântico e em seguida fazer outra viagem possivelmente pelo mar para a Vila citada. E em meio uma Vila com recursos limitados negociaram e conseguiram a sua alforria. Esta pesquisa tem como objetivo trazer algumas trajetórias de homens e mulheres africanos que viveram em Porto Seguro na segunda metade do século XIX, que conseguiram conquistar suas alforrias. Apontaremos algumas alianças, suas redes de solidariedade e agências. Como fonte histórica utilizaremos inventários post-mortem, testamentos e documentos eclesiásticos. Os dados desses documentos serão cruzados e também faremos a ligação nominativa proposta por Ginsburg. Esses africanos e africanas libertos faziam diversas negociações para garantir suas sobrevivências em uma Vila com recursos limitados. Dentre as pessoas africanas, temos: Rosarida, nação nagô, que foi batizada em Porto Seguro e chegou ainda criança, e o africano Torquato que possuía uma tenda de comércio. Assim, pesquisar as trajetórias desses homens e mulheres africanos é identificar as suas agências, estratégias para garantir o sustento e as redes construídas.
Entre Rosaridas e Torquatos: alguns fragmentos das agências e estratégias de africanas(os) na Vila de Porto Seguro no século XIX
Joceneide Cunha dos Santos