A partir de Maremoto (2021), de Djaimilia Pereira de Almeida, de três contos de Quando os Cravos Vermelhos cruzaram o Geba (2020), de Tony Tcheka, e do documentário Por ti Portugal, eu Juro! (2021), o presente artigo discute as representações dos africanos negros que não confrontaram o Estado Novo, pensando-as em termos de uma necessidade de reparação histórica. Os africanos negros que não confrontaram o Estado Novo, nomeadamente os combatentes, são incómodos transnacionais da memória remetidos para o esquecimento. Argumenta-se que ao explorar os incómodos constantes dos patrimónios transnacionais de memória, a literatura evidencia a importância da justiça reparativa para renovar/reforçar as democracias.
Reparando Silêncios de Memórias Transnacionais. Os Outros Africanos Negros
Margarida Rendeiro