43. Transformações económicas estruturais em África: porquê, como e quando?

Carlos Oya
SOAS University of London
Borja Monreal Gainza
SIC4CHANGE

Este painel propõe um debate sobre o papel das transformações estruturais em África, a sua viabilidade, processos e actores. Coloca a questão de saber se são desejáveis, dada a configuração do capitalismo global e, em caso afirmativo, quais as direcções e formas mais promissoras. A questão da mudança estrutural sempre foi central no domínio da economia do desenvolvimento, desde as suas origens na década de 1950 até aos nossos dias. Perspectivas críticas como a teoria da dependência articularam alternativas centradas na forma de conseguir uma mudança estrutural dinâmica fora das estruturas de relações económicas desiguais entre o centro e a periferia. Do mesmo modo, as perspectivas mais ortodoxas da economia defendem a necessidade de “diversificação económica” sem definir trajectórias ideais para além de uma defesa dos mecanismos de atribuição de recursos dos mercados.

Neste painel propomos um olhar crítico e pluralista sobre as várias formas de transformação estrutural que têm ocorrido em África e a relevância dos modelos tradicionais e alternativos face às realidades económicas, políticas e sociais contemporâneas dos países africanos. Nos últimos anos, os argumentos a favor da industrialização e da necessidade de políticas industriais activas para impulsionar as transformações estruturais foram revitalizados. Mas estamos num novo contexto em que (a) as possíveis transformações estruturais são fortemente condicionadas pela globalização, e (b) a necessidade de uma transição ecológica impõe limites aos modelos convencionais de industrialização. Assim, surgem múltiplas perspectivas e opções de transformação que devem ser ajustadas a cada contexto e às relações económicas e políticas globais.

Este painel propõe artigos que documentam e analisam várias formas de transformação económica estrutural, como a industrialização (verde ou não), a expansão dos serviços formais ou informais ou as transformações do modelo de produção agrícola, entre outras. Estamos particularmente interessados em trabalhos empíricos, mas também consideramos artigos que apresentem perspectivas conceptuais e debates relevantes.

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