Selecciona el PANEL13. Ciudades africanas: enfoques decoloniales de los procesos y fenómenos de urbanización contemporáneos
Autor/aRedy Wilson Lima
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Título de la comunicaciónEntre o pesquisar e o agir: uma abordagem contra-colonial sobre o território e as dinâmicas urbanas em Cabo Verde
Abstrac

O processo da urbanização é um fenómeno recente em Cabo Verde e os principais centros urbanos do país têm recebido a partir dos anos de 1990 grandes vagas de imigração rural, inter-ilhas, regional-africana e transcontinental. O resultado tem sido a criação de uma extensa urbanização da pobreza, ocupado sobretudo pela população nacional mais pobre e imigrantes oeste-africanos, o que tem provocado a consolidação de uma cidade fragmentada influenciada pelo processo da globalização económica e cultural: espaços onde “os privilégios de acesso à terra (…) permanecem das elites económicas que vêm favorecendo e sendo favorecidas pelos grupos de capital internacional” (Moassab, 2013: 194), mas também dos imigrantes e expatriados europeus, que através de uma gestão planificada e privatizada do território controlam a maioria desfavorecida. Face ao desequilíbrio urbanístico desencadeados por estes processos e a associação das zonas ditas informais com a criminalidade, o governo e as câmaras, coadjuvados pela UN-Habitat e demais agências de programas de ajuda para o desenvolvimento, têm promovido uma visão da cidade inclusiva orientada pelos objetivos do desenvolvimento sustentável, incentivando a participação das organizações da sociedade civil, em particular os de cariz comunitária, ainda que com um papel secundarizado. Esta comunicação, sustentada por uma pesquisa etnográfica iniciada em 2018 em colaboração com organizações comunitárias de um dos bairros da cidade com um passado recente de estigmatização e criminalização, mais tarde alargada a mais 15 bairros com perfis urbanos diferenciados, visa três objetivos: 1) questionar as políticas de qualificação urbana orientadas para o turismo em curso em Cabo Verde; 2) discutir o papel dos profissionais das ciências sociais na intermediação das agendas urbanísticas institucionais; 3) refletir sobre a legitimidade da ciência no processo de consciencialização sociopolítica e empoderamento das organizações sociais com vista à construção de uma proposta urbanística de baixo para cima.