Selecciona el PANEL52. Dinámica geopolítica en África
Autor/aSalomé Rosa
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Título de la comunicaciónDo Atlântico para o Indo-Pacífico: a CPLP como mecanismo de projeção estratégica portuguesa
Abstrac

O século XXI demarca-se dos demais por uma revalorização gradativa das extensões geopolíticas e geoestratégicas atribuídas aos mares e oceanos, registando-se um declínio relativo do Atlântico Norte em detrimento do Indo-Pacífico, onde um regionalismo emergente permite concentrar o debate sobre a segurança internacional entre os principais atores detentores dos convencionais indicadores agregados de poder. Deste modo, a fim de participar nos processos de tomada de decisão inerentes, Portugal deve garantir um maior envolvimento nacional nos espaços de diálogo multilaterais com inserção geopolítica regional, assumindo o continente africano particular preponderância para o efeito.
Neste sentido, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – da qual Portugal é membro-fundador – adquire especial destaque pela sua concertação político-diplomática e a sua afirmação estratégica no sistema internacional, sendo ainda constituída por alguns Estados cujas fronteiras abrangem a região referida (Moçambique e Timor-Leste). A sua importância geoestratégica é também reforçada pelo seu carácter multidisciplinar de intervenção e pelo acompanhamento feito por um conjunto de Estados asiáticos, que a frequentam sob o estatuto de membros observadores a fim de contribuírem para o objetivo geral comum de rentabilizar as sinergias resultantes da integração da organização em todos os blocos regionais, num contexto de mundialização.
Desta forma, a presente comunicação faz uso de uma abordagem qualitativa e recorre à análise documental de fontes primárias, secundárias e de imprensa, para demonstrar a potencialidade da CPLP enquanto mecanismo mediante o qual Portugal se poderá projetar estrategicamente para o Indo-Pacífico. Para tal, propõe-se o reforço da cooperação de Portugal no domínio da segurança e defesa da CPLP com dois dos Estados asiáticos que nela participam e que possuem fortes ligações lusófonas – o Japão e a Índia – contribuindo assim para os objetivos estratégicos da política externa portuguesa mediante uma componente que lhe é estruturante: a cooperação bi-multilateral.