Geopolítica da Cooperação Espacial Sino-Africana: Uma Análise da Expansão da Rota da Seda Espacial em África

Em 2013, o Presidente Xi Jinping apresentou a Iniciativa Faixa e Rota como uma estratégia global que visa promover a Globalização com Características Chinesas e a construção de uma Comunidade com Futuro Compartilhado para a Humanidade. Nos últimos anos, o programa espacial chinês tem experimentado grandes desenvolvimentos, desde avanços na tecnologia de lançamento e exploração lunar até à criação de um sistema global de navegação por satélite, BeiDou, rivalizando com o GPS. Estes progressos têm colocado a China como uma potência espacial emergente, impulsionando a sua capacidade de cooperação internacional no setor espacial, especialmente através da Rota da Seda Espacial, uma componente inovadora da Iniciativa Faixa e Rota. A Rota da Seda Espacial tem sido central para o aprofundamento das relações sino-africanas, com foco no desenvolvimento de sistemas como o BeiDou, satélites de comunicação e infraestruturas espaciais.
Esta comunicação traçará um panorama da cooperação espacial e das dinâmicas geopolíticas entre a China e África, com uma abordagem histórica que contextualiza o envolvimento de vários países africanos. Será analisado o papel de projetos-chave, tais como a colaboração na infraestrutura espacial e a sua relevância no contexto de segurança e desenvolvimento geopolítico do continente. Em particular, será discutida a cooperação espacial entre a China e alguns estados africanos, como a Argélia, o Egito, a Etiópia, a Nigéria e o Djibouti. Além disso, abordar-se-á a relevância da criação do Fórum China-África de Cooperação Espacial, a participação de África na Estação Internacional de Investigação Lunar (ILRS), e as oportunidades e desafios colocados pela criação da agência espacial africana.
Em síntese, conclui-se que a parceria espacial sino-africana evoluiu de uma fase inicial de colaboração técnica para um esforço mais amplo e estratégico, alinhado com os objetivos multilaterais da Rota da Seda Espacial, consolidando a África como um ator relevante no panorama espacial global.