A educação nas Zonas libertadas: Uma estratégia de descolonização em Moçambique

Florentino Lourenço

Este trabalho na fase inicial se coloca no caminho que busca investigar o projeto educacional forjado na Escola da Frelimo em Bagamoyo e desenvolvido nas Zonas libertadas. O objetivo desta pesquisa é de demonstrar através de entrevistas e narrativas orais (livros de memórias) a importância do projeto educacional desenvolvido nas zonas libertadas. Consideramos que ao celebrar os 50 anos da independência nacional a reflexão sobre a educação no país não se pode desvincular do percurso histórico e da sua historicidade ideológica, principalmente, numa altura em que o contexto político-ideológico nos provoca a pensar novas formas de perceber o mundo, pois, qualquer abordagem que busca refletir sobre a atualidade, por mais ingênua que seja precisa apostar na diversidade, na diferença de olhares e, em outras produções de conhecimento que traduzem possibilidades outras de conceber o mundo. Inspirados por esse caminho, nesta reflexão procura-se evidenciar que as Zonas libertadas serviram de protonação (Carvalho, 2023), moçambicana e nelas se desenvolveram outras formas de lutas contra o regime colonial-fascista. Como notas finais argumenta-se que o projeto educacional desenvolvido nas zonas libertadas procurou quebrar os estereótipos étnicos, morais e científicas do mundo tradicional e ocidental que não só visavam colocar o ocidente como superior, mas negar a autodeterminação e a legitimidade do povo moçambicano.
Palavras-chave: Protonação, Escola da Frelimo em Bagamoyo, Projeto educacional.