O objetivo deste artigo é traçar um pequeno panorama das redes anticoloniais. Essas redes são ligações, trânsitos, conexões e circulações com vista a mostrar como escritores, intelectuais, livros, impressos, traduções, antologias (entre outros) forjaram uma rede de escrita e escuta transnacional e transcontinental, que uniu e ligou intelectuais e escritores pan-africanistas, negritudinistas e independentistas em vários países e em pelo menos três continentes. Se as redes operam como instrumentos de distribuição, integração e entrecruzamentos, podemos, então, dizer que a circulação de livros, traduções, antologias, revistas, boletins, jornais, suplementos literários, cartas e roteiros para teatro e cinema constituem-se enquanto partes de uma rede anticolonial. Estas redes ampliaram os debates e estimularam diálogos, em larga medida, nas várias geografias. Entendemos por redes anticoloniais esse circuito transnacional e transcontinental de livros, traduções, impressos e cartas que ligaram ideias, lutas, escritores e intelectuais que estavam unidos não só por uma componente literária e artística, mas também por uma componente política. Um exemplo das possibilidades destes trânsitos e de como se forjou esta rede se poder ver através do ideólogo angolano Mário Pinto de Andrade.
REDES ANTICOLONIAIS: UM PEQUENO PANORAMA
Elizabeth da Silva