A Companhia Negra de Revistas, formada por artistas negros(as), surgiu no Rio de Janeiro na década de 1920 e tornou-se conhecida por introduzir elementos da cultura afro-brasileira no teatro de revista. Este estudo tem como foco a representação das religiões de matriz africana nas produções da Companhia, abordando a apropriação estética e exotização de práticas como o candomblé e a macumba. Personagens como o pai de santo e a mãe de santo foram retratados de maneira caricata, reforçando estereótipos raciais, ao mesmo tempo que expunham símbolos religiosos afro-brasileiros para o público (Barros, 2005). No entanto, esses elementos culturais também podem ser vistos como formas de resistência e afirmação identitária, trazendo à tona a religiosidade de matriz africana, mesmo que estilizada para o palco.
A análise dialoga com o conceito de mestiçagem e a relação entre o visível e o invisível nas tradições afro-brasileiras, ressaltando a presença de práticas culturais no teatro como um reflexo das tensões sociais e culturais da época (Lopes, 2019). Embora frequentemente superficializadas, as representações das divindades e rituais afro-brasileiros ajudaram a moldar o imaginário popular sobre essas religiões, mostrando a dualidade entre a exotização e a afirmação da identidade negra.
Relacionando-se ao tema do painel, a comunicação explora como a Companhia Negra de Revistas utilizou as religiões de matriz africana para questionar e, ao mesmo tempo, reforçar estereótipos sociais, evidenciando a complexidade da diáspora e a importância da ancestralidade no processo de resistência cultural (Barros, 2005; Lopes, 2019).
Referências:
BARROS, Orlando de. Corações de Chocolat. A história da Companhia Negra de Revistas (1926-1927). Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2005.
LOPES, Antonio Herculano. Do pesadelo negro ao sonho da perda da cor: relações interétnicas no teatro de revista. In: Anais do XXVIII Simpósio Nacional de História – ANPUH, 2019.
Historicamente o poder público na cidade do Rio de Janeiro apagou traços da presença negra e raras vezes essa presença foi demarcada como patrimônio, embora mais de 50% da população brasileira se declare negra ou parda. No que se refere ao patrimônio material, contudo, são pouquíssimas as iniciativas – nos anos 80 a construção do Monumento Zumbi dos Palmares (herói da resistência negra do século XVII, no período do Brasil colonial) e a proteção legal da Pedra do Sal (em 1986), e muito recentemente do prédio das Docas André Rebouças e, especialmente, o reconhecimento da presença do Cemitério dos Pretos Novos e do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo – todos localizados na região portuária da cidade, também chamada de Pequena África. Rio de Janeiro seria patrimônio da diáspora negra?
Esta comunicação analisa ações dirigidas à afirmação da herança negra por meio de políticas de patrimônio na cidade do Rio de Janeiro, a fim de verificar os valores que prevalecem em cada situação, identificando os diferentes paradigmas que tensionam o campo do patrimônio. O patrimônio como um conceito-ação – está sempre em movimento, e com o verbo patrimonializar é capaz de promover colonizações e decolonizações.
Nesse ponto, o foco principal será no Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, por onde ingressaram milhares de africanos escravizados, no século XIX, e tornou-se Patrimônio Mundial como sítio de memória sensível, em 2017, como base no paradigma do patrimônio como direito, que se processa como meio de reparação histórica, no campo das lutas de memória. A força dessas materialidades revela-se na sensibilidade das falas potentes de pessoas afrodescendentes entrevistadas.
Las independencias africanas dejaron en una difícil situación una industria cinematográfica africana prácticamente inexistente. La formación cinematográfica de los africanos y el apoyo a las producciones africanas se forjó desde un primer momento con los subsidios de occidente. Los primeros teóricos y cineastas africanos ya denunciaron la influencia de occidente en el desarrollo de una cinematografía africana «genuina». Estos primeros cineastas africanos pusieron especial empeño en producir películas que fueran relevantes para las audiencias locales, para reforzar la construcción identitaria de las nacientes naciones. En Europa, en la década de los 60, surgieron festivales de cine para satisfacer las demandas de un público que pedía productos exclusivos con tintes contestatarios. El cine africano, nacido en la coyuntura política de las independencias, era un nuevo producto diversificado y politizado que casaba bien con el gusto cinéfilo europeo. En los años ochenta y noventa surgen los primeros festivales de cine africano fuera de África. Hoy en día hay un sinfín de festivales de cine africano fuera de África, presentados como agentes portadores de un discurso contrahegemónico sobre «lo africano». Sin embargo, el cine africano aún no ha conseguido involucrar a las audiencias africanas y los teóricos de estos cines siguen buscando una definición. Las coproducciones, financiadas desde occidente, son su fórmula habitual y su principal objetivo sigue siendo el público de los festivales especializados, en su mayoría fuera de África. En España, la desconexión con su pasado colonial en África ha supuesto no solo el desconocimiento de esta parte de la historia del país, sino también la exclusión de la historia y de la memoria de los colonizados. Del mismo modo, fueron ignoradas y excluidas las primeras producciones cinematográficas africanas, privando al público español de imágenes e imaginarios en los cuales los africanos tomaban por primera vez la palabra.
Dans cet article, nous essayons de chercher l’effet de la guerre civile sur l’espace urbain de
Brazzaville où nous nous intéressons à la réalité physique et sociale . Dans ce roman, l’écriture de la ville a une symbolique particulière puisque ce lieu reflète le Congo de l’après-guerre. Nous étudierons donc la ville comme zone meurtrie par un conflit destructeur
La romancière peint et analyse le réel en développant le thème de la ville. Montrant les disparités caractérisant la vie sociale, la ville est divisée en classes suivant la situation de leurs lieux de vie.
Avec un réalisme cruel et un style qui dévoile le réel (valeur heuristique), la romancière investit la ville, avec ses rudesses, ses contrastes, sa violence. Elle passe du dedans au dehors, de l’espace social, de l’espace d’une histoire (un espace convenu) à l’espace de l’Histoire (un espace réel).
Pour l’auteur, il est impérieux de dire et de décrire la situation tragique car l’écriture est, avant tout, un « acte de solidarité historique » comme le note R.Barthes.
Dans cette perspective, l’article met en évidence les lieux, les morceaux de ville et les motifs les plus récurrents de cette figuration – ruines, cloisonnement, ségrégation socio-spatiale, etc. la ville est présentée dès lors comme un milieu pathogène qui décompose des vies individuelles et collectives.
Ceci est d´autant plus vrai en temps de conflit où persistent et parfois se renforcent les frontières géographiques, linguistiques, culturelles, politiques, interpersonnelles et même intimes. Ces lignes de démarcation sont particulièrement évidentes lors des affrontements inter-ethniques, au Congo-Brazzaville, au cours des années 2000.
Pendant des décennies, des schémas urbains élaborés dans des contextes exogènes étaient transférés tels quels dans les pays en développement ; or plus récemment, des infrastructures innovantes se dessinent, qui reposent sur la prise en compte de la définition de ce que sera la ville de demain.
Ces infrastructures nouvelles doivent compter avec l’émergence des technologies, de la diversification des modalités de transport et l’évolution des pratiques de l'habitat. Une bonne prise en compte de ces aspects peut favoriser et accélérer la transition vers la ville du futur, avec un impact social, environnemental et économique positif, afin de faire face aux évolutions prévisibles du contexte.
Nous sommes aujourd’hui à l’avant-garde d’une nouvelle vision de la ville, d’un nouveau monde et du nouveau mode de vie. Au croisement de la voiture connectée, des villes intelligentes et de la consommation collaborative.
L’objectif de cette communication est de montrer que les changements climatiques et la dégradation des conditions environnementales ne pourront qu’exacerber ce contexte si des mesures en faveur des infrastructures et des services de base, dont le transport, ne sont pas rapidement adoptées.
Les villes à croissance rapide du monde en développement doivent déployer un aménagement qui encourage l'autodépendance et, en conséquence, construisent des solutions de transport durable à long terme qui réduisent les émissions et les encombrements routiers tout en améliorant la mobilité, la santé et la sécurité des habitants
J’étudierai comment l’auteur sénégalais Abdoulaye Elimane Kane, à travers son roman Crocodile-ville, analyse les enjeux liés aux relations étroites entre croissance économique, mobilité, et changement climatique.