A arqueologia terrestre de Cabo Verde teve a sua génese e impulso nos trabalhos de revitalização patrimonial desenvolvidos nos edifícios monumentais da época colonial localizados na Ribeira Grande de Santiago, cidade classificada como Património Mundial pela Unesco, e a maioria dos estudos arqueológicos realizados no país, até ao momento têm seguido essa tendência. Da mesma forma, a história de Cabo Verde foi feita com base em documentos administrativos focalizados nas elites citadinas, por isso, verificam-se poucos estudos relacionados com a história das áreas rurais e do quotidiano das suas populações. Assim, existe uma premente necessidade de investigação dessas comunidades pouco documentadas, através de uma abordagem abrangente e multidisciplinar. Nesse quesito, a investigação arqueológica pode dar o seu contributo na compreensão dos seus aspetos singulares, que também fazem parte da história e da identidade cabo-verdiana.
Dentro dessa perspectiva, apresenta-se um caso de estudo de diversas características das comunidades rurais das ilhas agrícolas do arquipélago, a partir da temática da cana sacarina, uma planta exógena, que desde os primórdios do povoamento faz parte da flora do país, sendo intensamente cultivada e utilizada como matéria-prima numa agroindústria característica dessas áreas. Tendo como o pano de fundo o aprofundar do conhecimento acerca da arqueologia e da história de Cabo Verde, abre-se espaço para o estudo de novos contextos, o que contribui para o desenvolvimento de estratégias de salvaguarda destas memórias ancestrais, que correm o risco de perderem-se na paisagem, mas, que têm o seu valor patrimonial e identitário.
The paper explores the relationship between African sound archives and decolonial thought, with a specific focus on preserving and revitalizing Igbo folk music. It discusses the blending of traditional Igbo sounds with Western instruments and highlights how these practices contribute to discussions on cultural identity and power dynamics in the postcolonial era. The research addresses the marginalization of Igbo folk music in a modern, profit-driven economy and advocates for the integration of archival recordings and contemporary performance practices to preserve and propagate Igbo cultural heritage. Three Igbo folk songs were used for this paper. The songs were arranged for the violin and the Ubo-aka, an indigenous Igbo musical instrument that faces extinction. By doing this, the paper emphasizes the importance of using African sound archives in contemporary settings to reinforce cultural identity. Furthermore, it will aid the preservation and dissemination of African knowledge for the benefit of the African child.
El amazigh, también conocido como bereber, es un conjunto lingüístico autóctono del Norte de África, incluyendo las Islas Canarias. Mientras que en amplias regiones continentales fue sustituido por el árabe, en el Archipiélago fue suplantado por la lengua castellana impuesta por los conquistadores europeos desde el siglo XV. La población canaria originaria, conocida como guanches, sufrieron un proceso de colonización que forzó la castellanización y estigmatizó la cultura nativa considerada por los europeos como bárbara.
A pesar de la asimilación forzada, la tradición oral de la población propició la conservación de un sustrato lingüístico destacable en el actual dialecto canario del castellano. Estas pervivencias no sólo posibilitaron el desarrollo de investigaciones científicas sino también la lengua como elemento identitario. El amazigh resurge, y aspira a impugnar el relato eurocéntrico de la canariedad, reconstruyendo vínculos con África más allá de retóricas paternalistas.
Segundo o conceito de pensamento abissal de Santos (2007) fundamentado nas teorias pós e decoloniais, para explicar a forma de validar, legitimar o conhecimento e o Direto na modernidade está intimamente ligada à forma como o colonialismo dividiu o mundo e construiu o conceito de raça para sustentar o desenvolvimento do capitalismo, enquanto a outra face do colonialismo. Assim, a metáfora da divisão do mundo em um “norte” para as nações colonizadoras e um “sul” para os povos colonizados, onde todo saber válido e científico, no qual o Direito servia de base à emancipação revolucionária e garantia os direitos individuais estavam ao “norte” e ao “sul” inexistia conhecimento válido, só barbárie, atraso e o Direito legitima a exploração e violência. Destarte a cosmogonia da diáspora africana que chega ao Brasil foi marcada como atávica, cabendo aos colonizadores “catequizá-los”. O conceito de raça enquanto categoria útil à analise sociológica do racismo formatado no Brasil é imprescindível para entender a condição de não humanidade dos sujeitos diaspóricos, que também levaram quase três séculos para serem reconhecidos como sujeitos de direitos. A discriminação racial sistemática ao longo da história estrutura a sociedade brasileira e fundamenta práticas conscientes e inconscientes, até hoje, de apartamento deste grupo de pessoas ao gozo de direitos, tais como, de igualdade e liberdade, inclusive religiosa. O arcabouço jurídico brasileiro perseguia, vedava ou punia as práticas religiosas de matriz africana no Brasil e contribuindo para manter no imaginário coletivo o preconceito sobre as mesmas. Posto que a resistência da população negra destacou-se no espaço físico, cultural e espiritual desta religiosidade diaspórica, desde a articulação de fundos para libertação de seus pares, acolhimento de fugitivos, cuidados com a saúde física e espiritual, manutenção da cultura, até a demarcação territorial de espaços, seja às margens das cidades ou em zona rural.
Un dels principals debats dels Estudis Crítics de Pau i Conflictes aborda les estratègies de les Nacions Unides a l’hora de cooptar termes postliberals com un afany per a guanyar legitimitat. Tanmateix, prenent d’exemple l’estudi de cas congolès, aquests intents han estat en va. L’onada de protestes contra la Missió d’Estabilització de les Nacions Unides a la República Democràtica del Congo (MONUSCO) posa de manifest el fracàs del seu mandat de l’any 2000 (l’aleshores MONUC), que tenia com a objectiu protegir la societat civil de la violència dels grups armats.
De 2019 ençà acusacions per la pèrdua de control en l’escalada de violència provocada per les Allied Democratic Forces (ADF), d’Uganda. I des de 2020 per ser incapaç de frenar l’actual invasió dels rebels ruandesos, el Movement 23 Mars (M23), a la província del Kivu Nord. Un territori on l’any 2012 ja van prendre el control de la capital, Goma (Weenink, 2022). L’auge de la violència ha deslegitimat la MONUSCO fins a tal punt que el Consell de Seguretat ha adoptat unànimement la resolució 2717(2023) per la seva retirada al desembre de 2024.
Més enllà de les tensions actuals sobre el seu ritme i efectivitat, les protestes han forjat espais de contestació que han contribuït al desmantellament de la MONUSCO al Kivu Sud i a la denúncia d’ingerències i complicitats regionals i internacionals. Lutte Pour le Changement (LUCHA), un moviment social apartidista de marcat caràcter pacifista (Mwendike, 2022), ha fet crides a la mobilització i ha portat a terme accions de resistència. L’actual factor diferencial és que una part de la societat congolesa està proposant maneres alternatives de viure la ‘pau decolonial’ (Cruz, 2021) mitjançant l’art, l’activisme i l’educació. La recerca explora la contingència d’aquesta praxi descolonial en la reapropiació de la terra i la lluita congolesa per la pau.