Literatura, ecología y comunicación intercultural: caso de Ceux qui sortent dans la nuit de Mutt-Lon y Les voleurs de sexes de Janis Otsiemi

Sub-Saharan Africans believe in the power of nature and see themselves as part of it. For them, nature exercises power over man, makes laws, dictates his conduct and regulates his life. To preserve these realities, literature and culture are the bridges of rapprochement. Culture is the basis of the identity of beings, and literature facilitates the opening of peoples. This close relationship has given birth to several literary techniques such as ecoliterature and ecocriticism that move the author as the reader in an imaginary that allows him to discover new realities. Eco-literature is a literary manifestation of ecotourism. It is considered as a literature which takes ecological wishes into account; it regulates research on the relationship between literature and ecology. Ecocriticism is the critique that aims to educate on issues of nature. With the evolution of scientific research, the topic of ecocriticism is related to culture, beliefs, benefits and protection of natural spaces. Ecocriticism opens the door to a variety of trends such as ecofeminism, ecoliterature and ecodetectivism leading to ecotourism. In the ecoliterary production, the authors use various places to set the actions of their characters. These spaces are identified as real spaces where the characters build in readers the possibility of discovering and building possible scenarios. This assumes that ecoliterature is a mirror of unknown cultural realities. This communication is contained in panel 4 entitled “El ecologismo de los pobres. Hacia una ecocrítica de las literaturas africanas”, it is a question of analysing the literary and ecological aspect in the works of two Cameroonians authors Mutt-Lon with Ceux qui sortent dans la nuit and Charly Gabriel Mbock with Quand saigne le palmier, showing that literature reveals social aspects of the poor and favor’s a rethinking of ecocriticism that allows to build a new African literary thought.

Medicina na Fraternidade: política e medicina tropical nas relações Brasil-Portugal em tempos de descolonização na África, décadas de 1960-70

Esta proposta de comunicação propõe abordar os contatos entre instituições científicas e médicos tropicalistas do Brasil e de Portugal durante as décadas de 1960 e 1970 a partir de dois eixos temáticos: 1. Os debates sobre medicina tropical e tropicologia promovidos pela Associação Médica de Língua Portuguesa (AMELPO) – associação criada em 1964 para promover o intercâmbio médico luso-brasileiro, cujos trabalhos foram veiculados por dois periódicos: o “Jornal Brasileiro de Medicina” e “O Médico” – 2. O envio de doses de vacina antiamarílica, produzidas nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, para o Instituto de Medicina Tropical de Lisboa a fim de que fossem aplicadas em colonos portugueses com destino à África e nas campanhas de vacinação para controlar a febre amarela nas colônias portuguesas. O contexto histórico em questão ficou marcado pelas guerras de independência em Angola, Guiné e Moçambique, pelas crescentes pressões internacionais para que Portugal reconhecesse o direito à autodeterminação de suas colônias e pelas hesitações do apoio oficial do governo brasileiro à política ultramarina defendida por Lisboa. A partir de um conjunto diversificado de fontes – como documentos diplomáticos, periódicos médicos, relatórios sanitários e registros de produção e movimento de vacinas – disponível em arquivos brasileiros e portugueses, pretende-se aqui compreender como os contatos médicos entre os dois países foram usados para promover no Brasil o colonialismo português praticado em África, o que interessava à ditatura salazarista/marcelista, mas também perceber se esses mesmos contatos atuaram para promover a influência do Brasil no continente africano, o que atendia aos interesses de vários setores da sociedade brasileira.

The digitisation of shared archival heritage: a strategy for locating and accessing the Portuguese Public Works records in Africa

The inscription of information in digital environments presents a range of factors that warrant consideration, including the establishment of distinct forms of access regarding archival sources. Nevertheless, there is still considerable scope for improvement in the accessibility of historical archives. The transition from paradigms of scarcity and difficulty in accessing colonial sources, whether due to displacement, neglect, or destruction, is still hindered by various constraints that influence the management and study of collections. This paper, which stems from the ArchLabour research project (ERC-funded), examines the current state of archival source mapping for the study of Portuguese public works in Africa (Angola, Mozambique, São Tomé and Príncipe, Guinea Bissau and Cape Verde). The recent collaborative project between the National Archives of the Ministry of Culture of Cape Verde, the Portuguese Overseas Historical Archives and the Portuguese National Archives of Torre do Tombo through the project, entitled "RESGATE", enabled the recovery of Cape Verde's documentary collections at the Portuguese Overseas Historical Archive in Lisbon. This joint venture permitted the digitisation and online dissemination of the documentary output of the Portuguese Administration in Cape Verde and Guinea-Bissau, covering the period from 1602 to 1834. It is our contention that these collaborations are pivotal to historical studies, facilitating historical research, archival management and community engagement regarding shared heritage.

A crônica de um país despedaçado: uma leitura pós-colonial e ecocrítica de “Chronicles from the Land of the Happiest People on Earth” de Wole Soyinka

Com a intensificação da crise ecológica e da emergência climática, o romance "Chronicles from the Land of the Happiest People on Earth" (2021), de Wole Soyinka, emerge como uma reflexão crítica sobre a destruição ambiental e dos fios delicados que nos conectam e nos tornam humanos. Escrita durante a pandemia de COVID-19, a obra expõe a face mais perversa do capitalismo: quando os recursos da natureza já foram explorados ao máximo, os ricos se voltam para o que eles chamam de recursos “humanos”. Através da história do comércio de partes de corpos para rituais, o texto denuncia a fragilidade das instituições e a crescente violência e extremismo que assolam não somente o continente africano, mas todo o contexto global. Ao ficcionalizar essas questões, Soyinka nos convida a refletir sobre o impacto da política e das religiões de massa na vida das populações mais vulneráveis e sobre as consequências da violência institucional na construção de sociedades mais justas e equitativas. A narrativa não se restringe apenas ao "país das pessoas mais felizes", mas atravessa fronteiras africanas, circula brevemente pelos Estados Unidos e pela Europa ocidental, demonstrando a conexão do colonialismo e do neocolonialismo com a corrupção, a desinformação, desigualdades sociais extremas e a depredação ambiental. A sátira permeia todo o romance, porém, o pessimismo diante do futuro da humanidade é evidente. Proponho uma análise da obra partindo das perspectivas teóricas de Garrard (2006), Nixon (2011), Brugioni (2022), Said (2007), Hall (2016) e Soyinka (2005; 2006; 2012), para construir uma abordagem interseccional entre a ecocrítica, estudos pós-coloniais e o ativismo literário.

Educació a la Província Espanyola del Sàhara Occidental. Les escoles rurals (1960 – 1975).

A partir de la provincialització del Sàhara, Espanya es veu obligada a garantir els drets dels espanyols peninsulars als espanyols saharauis, i a desplegar-hi tot l’aparell administratiu i burocràtic. Entre les obligacions hi ha la d’estendre el sistema educatiu per tot el territori, tant a les ciutats com a les zones rurals i desèrtiques. D’aquí neixen les escoles rurals al Sàhara, que adquireixen dues formes, les sedentàries i les nòmades. Ambdues són creades amb dos objectius tan desitjats com envelats pel discurs oficial espanyol: el primer, aconseguir la sedentarització de la població per despullar-la del seu sistema de subsistència nòmada i poder-la incorporar al mercat laboral espanyol, el segon, alfabetitzar la població per inculcar-li la llengua i la cosmovisió espanyoles necessàries per a facilitar la seva inserció laboral. Per a fer-ho factible, una generació jove, inexperta i poc qualificada de mestres espanyols van prendre voluntàriament la decisió d’anar a ensenyar al Sàhara rural, encara que educar fou possiblement la tasca que menys van poder exercir.