Poésie africanisée: les formes de vers africaines dans les langues coloniales

L'expression artistique en langues africaines dans le continent ont souvent dû lutter pour être reconnu, en Afrique come ailleurs, au-delà des étiquette de “folklore”, “expression populaire”, “art spontanée” par opposition à l'art évoluée en langues européennes: les artistes qui s'expriment en langues africaines on dû, en plusieurs cas, s'émanciper de cette catégorisation. Cette communication vise à critiquer cette pensée d'une perspective littéraire. Si l'on regarde la vaste production musicale du continent, l'on se rend compte que dans beaucoup de cas les poètes-chanteurs qui composent en langues coloniales ne dénient pas, pour cette raison, l'apport des traditions littéraires des langues africaines qu'ils parlent. La construction et les formes du vers, en particulier, relèvent souvent des traditions littéraires africaines, en certains cas d'une façon prépondérante. L'étude ici présentée, donc, est une étude essentiellement stylistique: les formes de la poésie et de la chanson, les règles linguistiques à la base des vers sont l'objet du discours. Au but de préserver une perspective générale sur le continent, on prendra en compte deux exemples de productions artistiques, c'est-à-dire le duo Amadou & Mariam (Mali) et Fela Kuti (Nigeria): on verra que, au de là des contextes de provenance différents, ils partagent la caractéristique de construire les vers de leurs chansons dans des façons souvent similaires, profondément liées aux traditions littéraires autoctone du continent.

Formas de resistência na periferia: a experiência do Coletivo Macacos Vive no Rio de Janeiro

O Coletivo Macacos Vive, formado por jovens do Morro dos Macacos, uma favela na zona norte do Rio de Janeiro, é uma iniciativa que exemplifica a resistência e a educação popular no sul global. Desde sua fundação em 2020, o coletivo utiliza mídias alternativas para desafiar as narrativas dominantes, que frequentemente estigmatizam as favelas como espaços de violência e criminalidade. Por meio de projetos sociais e culturais, o Macacos Vive ressignifica a imagem da comunidade, promovendo um espaço de expressão e empoderamento que historicamente foi negado aos seus moradores.

Nesta comunicação, serão discutidas as estratégias do coletivo para combater o racismo estrutural e a criminalização da pobreza, especialmente através da construção de contranarrativas que afirmam a dignidade e a identidade coletiva dos moradores. A análise será fundamentada em teorias sociológicas que abordam o papel da mídia alternativa como ferramenta de resistência contra as estruturas de poder. A apresentação busca refletir sobre como iniciativas como o Macacos Vive se inserem em um contexto mais amplo de práticas educativas e libertadoras, essenciais na construção de um mundo mais interconectado e justo.

Bioko: Migraciones y explotación laboral en el mundo atlántico.

Bioko (antiguamente Fernando Poo) es una pequeña isla anclada en el golfo Biafra que entre 1778 y 1968 estuvo bajo soberanía española. Esta isla actuó como la vanguardia colonial dentro de las pequeñas y diezmadas posesiones coloniales españolas al sur del Sáhara. Desde finales del s. XX la isla se convirtió, junto a las vecinas Sao Tomé y Príncipe, en un importante centro de producción de cacao, bajo en liderazgo de capitales españoles, portugueses, ingleses, alemanes, pero también africanos procedentes de las costas del África occidental y de ascendencia anglófona (conocidos como fernandinos). El cultivo del cacao (y en menor medida del café) implicó la necesidad de crear constantes corrientes migratorias para nutrir las plantaciones de los braceros necesarios. Por este motivo, la historia contemporánea de isla de Bioko está marcada por no solo por la relación con la metrópolis, sino también con el resto de los territorios africanos y americanos, con el trabajo de plantación como elemento central.

Esta propuesta de comunicación tiene como objetivo exponer las corrientes migratorias de trabajadores que llegaron a la isla de Bioko, analizando no solo las múltiples procedencias, sino también los diversos sistemas de recluta y los marcos legales (Reglamento de Trabajo Indígena, leyes de vagos y maleantes) e instituciones (Curaduría Colonial, Patronato de Indígenas) que regulaban el trabajo y las relaciones entre patronos y braceros. Un entramado social, legal e institucional (con múltiples paralelismos en el mundo atlántico) con el racismo y la violencia como vectores principales. La comunicación también abordará el legado cultural de estas corrientes migratorias que forman parte del sustrato cultural de Guinea Ecuatorial.

UTUNDA EFEKO: festas da puberdade feminina na tradição dos Ovimbundu de Angola

Os Ovimbundu, considerados maior grupo étnico de Angola possuem características singulares e peculiares que os distinguem dos outros. Para este povo, a inclusão do indivíduo nas estruturas políticas, sociais e culturais respeita um conjunto de requisitos. Entre eles, destaca-se o ritual Utunda efeko, o qual representa a saída da rapariga da idade infantil para a fase adulta. O ritual é marcado por diversas festas e as mesmas são organizadas por entidades superiores da comunidade e a população em geral. A aceitação da rapariga na comunidade é dependente da passagem do Utunda efeko. As raparigas que não cumpram o ritual são amaldiçoadas pela comunidade e impedidas de ter filhos. O fulcro desta comunicação consiste em analisar e descrever os momentos marcantes desse ritual e perceber os seus significados políticos, sociais e culturais na tradição local. A pesquisa é fundamentada essencialmente com base a tradição oral realizada nos reinos Ovimbundu do Wambu, Sambo e Tchiyaka, no Planalto Central de Angola.

Religiosidade e resistências: os arquétipos das Yabás e o enfrentamento a violência contra a mulher em Círculos Sagrados

Apesar dos avanços legais no campo do enfrentamento a violência contra a mulher no Brasil, as atuais estatísticas apresentam altos índices de violência que atinge principalmente mulheres negras e pobres. Considerando que, apesar da importância dos meios de repressão e política pública estabelecida no âmbito da Lei Maria da Penha, a desigualdade de gênero no Brasil é profunda e estrutural. A prevenção pressupõe desafios de ordem social, cultural e política, especialmente a dimensão cultural da violência de gênero e o papel das religiões no processo de legitimação e naturalização das violências reproduzidas pelo próprio Estado após o avanço da extrema direita. Nessa perspectiva se destaca no Brasil um movimento místico de caráter feminista denominado Círculo de Mulheres que propõe o agrupamento de mulheres mediante ritualísticas variadas, para uma conexão com um "Sagrado" que foge a estrutura patriarcal cristã do Deus homem, através dos arquétipos das Deusas ao longo da história. Entretanto, esses espaços tendem a reproduzir uma visão colonial, eurocêntrica e branca ao ignorar as figuras arquetípicas das Deusas, que na perspectiva brasileira integram as matrizes religiosas africanas e indígenas. A partir dos registros do inconsciente coletivo e das opressões das mulheres brasileiras especialmente as indígenas e negras que foram estupradas, escravizadas e silenciadas, a inclusão das Yabás nesse panteão arquetípico é necessário para que esses espaços não reproduzam uma visão colonial essencialista, racista de um sagrado relacionado as mulheres brancas. Os arquétipos das Yabás, Yaras dentre outras, e o reconhecimento dessas ancestralidades de um feminino de resistência na conformação do misticismo no Brasil são fundamentais em razão das mitologias e itâs que descrevem as opressões e construção de resistências que tem ressonância nos relatos das violências atualmente perpetradas contra seus corpos. Assim, a identificação desses arquétipos com o sagrado constitui uma forma de enfrentamento cultural as opressões de gênero.