A promoção de saberes em afropersectivas: educação, relações étnico-raciais e embates ao epistemicídio

O racismo e a discriminação racial internalizados e participantes da cultura e da estrutura da sociedade brasileira, estão presentes e arraigados nas relações travadas dentro das instituições e relações educacionais e universitárias, de maneira a preterir historicamente pessoas negras, seus conhecimentos e realizações. Esse arranjo atua por meio do racismo epistêmico e na promoção do epistemicídio, isto é, da sistemática eliminação de ciências, tecnologias e inovações de africanos/as e seus/suas descendentes, de modo a colonizar os saberes e cooperar para o que se tem chamado fracasso ou insucesso escolar ou acadêmico de estudantes negros e negras, os/as quais não se vêem representados/as nos lugares tradicionais e prestigiados do saber. Por outro lado, observa-se a universalização, supra representação e valorização de corpos e saberes brancos, desigualdades estas, que são mantidas e naturalizadas pelo pacto da branquitude. Isto posto, neste relato, discute-se que referenciais negro-africanos têm sido incluídos nos processos de ensino dos diferentes cursos de graduação da UNICAMP, a partir de levantamento realizado por meio da aplicação de formulários digitais a estudantes ingressantes e concluintes em 2024, para saber que disciplinas, autores/as, professores/as, conteúdos, projetos etc. constam em seus cursos. Além disso, são apresentadas três iniciativas que buscam promover essas referências na graduação e pós graduação: I) o projeto de extensão voltado à imersão em territórios negros da cidade de Campinas; II) o Grupo de Estudos “Pensamento Negro em Psicologia e Educação” (NEGRES); e os percursos realizados em duas disciplinas específicas: “Estágio Supervisionado I e II” e “Histórias e Culturas Afrobrasileiras e Africanas”. Discute-se as experiências de promoção, por meio dessas iniciativas, de saberes afroperspectivistas nas formas de se produzir, veicular e disseminar conhecimentos na universidade, com vistas à descolonização de saberes legitimados no contexto acadêmico.

Entre translingüismo, desposesión lingüística y traducción: las dinámicas multilingües y sus implicaciones sociales y teóricas en el contexto africano

Entre translingüismo, desposesión lingüística y traducción: las dinámicas multilingües y sus implicaciones sociales y teóricas en el contexto africano
Théophile Ambadiang Omengele, Universidad Autónoma de Madrid
Mientras que estudiosos como Ngugi wa Thiong’o (2020) consideran el multilingüismo como una realidad social esencial de los países africanos, otros lo caracterizan como la ‘lingua franca’ de estos países (Fardon & Furniss 1993). Si bien en ambos casos el multilingüismo está estrechamente ligado a la diversidad lingüística, Fardon y Furniss ponen el foco, además, en las prácticas de los hablantes en tanto que muestras de su disposición y sus aptitudes comunicativas. Asumiendo que estas últimas caracterizan a todos los hablantes más allá de las diferencias que puedan existir entre ellos en correlación con el contexto (urbano, rural), la condición o el estatus (letrado, iletrado), etc., sugerimos que, al igual que ocurre con muchos escritores africanos que publican en lenguas europeas, esas dinámicas entrañan prácticas heteroglósicas asociadas a lo que algunos estudiosos han llamado ‘translingüismo’. Una dimensión importante de este tipo de proceso es la traducción, característica de muchos autores que publican en lenguas europeas, mientras que, con muchos hablantes corrientes, se produce lo que algunos estudiosos consideran un efecto de desposesión lingüística, a menudo asociado a jóvenes urbanos que tienden a mezclar diversas lenguas sin llegar a dominar ninguna de ellas. Más allá de esta diferencia aparente, con todo, ambos casos subsumen prácticas que están en contraposición con el nacionalismo lingüístico tal como lo entiende Ngugi, por ejemplo.
Intentamos mostrar que observaciones como las anteriores no solo pueden propiciar un acercamiento diferente al multilingüismo tal como se produce en el contexto africano, sino también inducen a replantear sus implicaciones tanto sociopolíticas como teóricas (Banda 2020, Canut 2023, Makoni & Pennycook 2007).

In/visibilidad de los raperos afro-españoles: el caso del Chojín

El Chojín de padre ecuatoguineano y madre española, tiene ya una carrera profesional como rapero de más de 25 años. En nuestra ponencia proponemos investigar el desarrollo de ésta y la posición del Chojín como lo que denomina Cornel West ‘catalizador crítico orgánico’. Argumentamos que, a lo largo de la última década, ha sabido trasladarse desde una posición de marginalidad – tanto como afro-español como artista de rap – hacia el centro, desde donde han llegado sus canciones a la atención de personas como la Reina Letizia, quien citó una letra suya el Día Mundial de la Salud Mental hace apenas un año. Trazamos los cambios que su letra y su música han experimentado – algunos en sincronía con el género del rap en general – para permitir el acceso a tal plataforma. Reconocemos además el rechazo por parte de algunos aficionados que siguen aferrados a cierto entendimiento esencialista del rap que lo vincula estrechamente con los márgenes de la sociedad. Demostramos que, mientras sus letras actuales versan menos sobre temas de racismo, no han desaparecido estas inquietudes identitarias suyas, sino que han pasado a otra forma de comunicarse con el público que ha florecido en los últimos años: las redes sociales.

Os acervos de cordofones angolanos em instituições portuguesas e as características de sua catalogação

Existem registos de alguma investidura antropológica portuguesa sobre o território angolano desde a década de 1930 (PEREIRA, 1989). Nessa altura, o Ato Colonial afirmava ser “da essência orgânica da Nação Portuguesa” colonizar os territórios ultramarinos e civilizar as suas populações. Estes princípios foram, a seguir, incorporados na Constituição de 1933 e é nessa perspetiva, portanto, que se desenvolvem as primeiras missões antropológicas portuguesas em suas colónias.
Liderada pelo esforço de Mendes Correia, então diretor do Instituto de Antropologia da Universidade do Porto, uma espécie de antropologia colonial parecia estar muito interessada numa abordagem física, com pouco apreço por aspetos humanos e culturais. A escola do Porto viria a condicionar a “orientação do pensamento antropológico português por toda a primeira metade do século, quer essa antropologia se referisse ao perímetro continental, quer ela se reportasse aos territórios coloniais” (TRAVASSOS, 2020).
Essa situação só viria sofrer alguma alteração significativa a partir da década de 1950, sobretudo a partir da atuação do pesquisador Jorge Dias no Centro de Estudos de Etnologia do Ultramar. No entanto, mesmo com os esforços de Dias e outros subsequentes, a lógica colonial parece ainda estar expressivamente presente na estrutura de documentação e catalogação dos instrumentos musicais africanos.
Esta comunicação tem como objetivo refletir sobre o impacto do processo colonial nas estratégias de catalogação dos cordofones angolanos em Portugal, com base em pesquisa em 5 diferentes instituições museológicas. Além disso, o trabalho procura refletir sobre eventuais alternativas decoloniais de documentação destes documentos a partir da perspetiva da pesquisa de campo em Angola.

Caminar de espaldas: análisis cosmogónico de un gesto profético

En esta comunicación pretendo analizar comparativamente los muchos ejemplos rituales que se conocen sobre prácticas de inversión simbólica en rituales de posesión y especialmente sobre el hecho, bastante universal y muy presente en cultos proféticos africanos, que consiste en andar hacia atrás, o sea de espaldas. Analizando esta "técnica corporal" (que se presenta como una ausencia de técnica, como un olvido de una de las técnica corporales más elementales de todo ser humano: caminar hacia adelante) a la luz de teorías sobre el gesto profético (especialmente relevante sera el trabajo sobre el genero y el gesto ritual kongo de la antropologa Yolanda Covington-Ward, asi como las teorias de Vilém Flussel sobre la estética el gesto) y comparando ejemplos de culturas proféticas Kongo de Africa Central con culturas proféticas Kyangyang de África occidental, espero poder ofrecer una teoria sobre el potencial cosmogónico, de creación de mundo nuevo, de un gesto aparentemente insignificante, pero profundamente rebelde en su poiesis semiótica, estética y política.