Gênero e sexualidade nos candomblés: o que dizem as referências

Valéria Amim
Inara da Silva Santos




As categorias culturais de gênero e sexualidade estão inseridas nas Comunidades Tradicionais de Terreiros (CTTro), despertando um crescente interesse dos acadêmicos em investigar as dinâmicas e tensões relacionadas à sexualidade e identidade de gênero dentro das religiões de matrizes africanas, entre elas o Candomblé. Desta forma, esta pesquisa objetivou analisar como essas categorias estão integradas no cotidiano dos terreiros, percebendo os papéis e funções interseccionados ao gênero e a sexualidade, por meio de uma abordagem qualitativa, de caráter bibliográfico, que mergulhou nos estudos e análises de Fry (1982), Birman (1988), Bento (2017), Teixeira (2000), Segato (2000), Landes (2002), Augras (2008), Amim (2018), Nascimento (2019), Nascimento (2020), Dias (2020), Oyěwùmí (2021), Vieira (2021), Soares; Vianna e Ferreira (2021), Lins (2023) e entre outros. Com base nestes estudos, notou-se que as noções de gênero e sexualidade não estão desassociadas da visão dominante e hegemônica da sociedade em geral. Além disso,
observou-se também que há dinâmicas de exclusão na religião do Candomblé em relação aos corpos dissidentes, que são “aceitos” nas religiões afro-diaspóricas com uma certa tolerância, caso mantenham uma ordem de sexo/gênero, tornando desafiador para pessoas transgêneras encontrarem seu lugar de reexistência dentro dessa religião afro-brasileira.