O CRIOULO CABOVERDIANO COMO LÍNGUA DE IMIGRAÇÃO E COMO LÍNGUA DE HERANÇA

Ulisdete Rodrigues
Sandra Chapouto
Loremi Loregian Penkal Lore

Esta comunicação compreende um projeto vinculado ao Grupo de Pesquisa ALEA para consolidação da rede de cooperação acadêmica internacional entre Cabo Verde, Brasil e Portugal, envolvendo pesquisadoras da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), da Faculdade de Letras de Coimbra (FLUC), da Universidade do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO) e a Universidade de Brasília (UnB). Este projeto está ambientado, naturalmente, nas áreas da Crioulística e do Contato Linguístico, operando na interface da Sociolinguística, da Língua de Herança e da Aquisição de Linguagem. De modo geral, o projeto prevê desenvolvimento de pesquisas bibliográficas, digitais, quantitativas, qualitativas e quali-quanti em busca do entendimento dos processos de aquisição, variação e mudança do crioulo pelos falantes na diáspora no Brasil e em Portugal. As pesquisas compreenderão investigação da aquisição do Português na diáspora e aquisição do crioulo por seus filhos como língua de herança, descrição dos contextos de uso, especificação desses falantes do crioulo como Língua de Imigração (L1) ou Língua Adicional e como Língua de Herança (L2), questões sobre atitudes e avaliação social: consciência sociolinguística crítica e o impacto do uso do crioulo no mundo atual, real e virtual, necessidade da luta pelo seu reconhecimento como língua oficial nas ilhas, visando sua preservação na diáspora. Isso posto, neste painel, pretendemos dar a conhecer o projeto e seus objetivos, as questões de pesquisa, as áreas e teorias de base, as rotas e as metodologias das pesquisas, eventos e produções propostos pela rede. Justifica-se a pertinência desta proposta neste painel que contempla a decolonialidade por tratar-se de um projeto centrado em proposicões críticas e positivas a favor da autonomia do crioulo caboverdiano contrariando posturas de aceitação e continuismo do crioulo como língua secundária ao longo processo de colonização das ilhas. As referências inicias são Labov (1972), Lima-Hernandes (2016), Semedo; Moreira (2023), Poplack (1980).