SÃO PAULO, 1920 – ESTUDOS LINGUÍSTICOS: A PRESENÇA INDÍGENA E A INVISIBILIZAÇÃO AFRICANA

Júlia Ribeiro Vitoriano
Walkiria Neiva Praça

Esta comunicação compreende uma visão sociolinguística diacrônica da região de São Paulo na década de 1920 no contexto dos estudos linguísticos, bem como no contexto correlacionado das produções artísticas e eventos culturais que colocam em evidência a variedade linguística paulista do Português Brasileiro (PB), o olhar social da época sobre essa formação linguística e os personagens que transitam pela linguagem e a sociedade do período, um marco no cenário paulista e no cenário brasileiro em geral. O objetivo é identificar a presença do indígena e destacar a presença africana e afrodescendente, bem como denunciar as tentativas de invisibilização dessas presenças no cenário, valendo-nos, para isso, dos olhares especializados lançados por representantes dos estudos linguísticos, literários e geográficos sobre a São Paulo de 1920. Nessa busca, promoveremos interação das interfaces da Linguística, da Literatura e da Geografia com as bases da Sociolinguística Histórica, vertente que procura estudar fenômenos diacrônicos de variação e mudança com base no método quantitativo. Ressaltamos, entretanto que, aqui, para atender ao propósitos da nossa pesquisa bibliográfica e discursiva, a perspectiva será qualitativa. Para tanto, o estudo estará centrado em elementos da obra do jornalista e filólogo autodidata Amadeu Amaral, O Dialeto Caipira (1920), do romance modernista do escritor e músico Mario de Andrade, Macunaíma (1928), de algumas produções artísticas da Semana de Arte Moderna (1922), incluindo romances, poemas e quadros alusivos à relação entre a língua, a literatura e seus personagens/agentes no Brasil, e no quarto Censo Demográfico de 1920, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE).

Palavras-Chave: Sociolinguística; São Paulo; Indígena; Africano; 1920.